Ação do Ministério Público revela possível organização criminosa na gestão de João Carlos suspeita de desviar milhões dos cofres de Buriticupu
A gestão do prefeito João Carlos de Buriticupu, é alvo de uma Ação Civil Pública do Ministério Público do Maranhão, que investiga uma possível organização criminosa especializada em fraudar licitações, ocasionando um prejuízo milionário aos cofres da Prefeitura de Buriticupu.
A investigação revela um “cartel” entre empresas, algumas fachada, para vencer licitações milionárias na gestão de João Carlos. O documento diversos contratos entre a Prefeitura de Buriticupu e a empresa Veneza Construções e Locações LTDA, totalizando mais de 18 milhões, para reformas de prédios públicos.
Apesar dos contratos milionários, a denúncia detalha obras inacabadas, baixa qualidade das reformas e cita a omissão do Poder Legislativo na fiscalização.
De acordo com documento, a empresa Veneza foi colocada em nome de um “laranja”, já que o real dono da empresa e atual representante, Eliel Duarte de Sousa, já alvo de uma condenação por fraude à licitação no
município de Buriticupu, juntamente com o ex-prefeito Antônio Marcos de Oliveira.
No relatório de investigação, foi identificado transferências suspeitas, uma delas da empresa Veneza para o então secretário de saúde de Buriticupu na época, Eduardo Jorge de Carvalho Guilhon Rosa, no valor de R$ 39 mil.
Outras transferências também chamam atenção, totalizando mais de R$ 6 milhões, feitas da empresa Veneza para conta da mãe de Eliel. De acordo com as investigações, após o dinheiro cair na conta dela, foram feita transferências para pessoas ligadas ao atual prefeito João Carlos. Sendo uma delas no valor de R$ 60 mil, para Sheychan Nan Shella Silva Brito, filha do secretário de administração de Buriticupu, Antônio Luís Alves de Brito. E uma outra de R$ 150 mil para conta de Antônio da Cruz Figueira, politicamente ligado ao gestor.
O que mais chamou atenção na investigação, foram cerca de meio milhão em transferências, para a empresa Alpha Construções e Serviços LTDA, a qual já teve João Carlos como procurador.
Dois postos de combustíveis também receberam quase R$ 1 milhão da empresa investigada, sendo eles o Auto Posto Pioneiro LTDA e Auto Posto N2 LTDA. Ou seja, indícios claro de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito do prefeito, apontado que parte dos valores que saíram dos cofres da Prefeitura de Buriticupu através da empresa Veneza, pode ter ido direto para João Carlos.
No local onde deveria funcionar a sede da Veneza na Rua 41, Cohab Anil IV, Nº 01, conforme dados da Receita Federal, existe apenas um pequeno ponto comercial com o nome “Veneza”, já quase que apagado.
O documento assinado pelo promotor Felipe Augusto Rotondo, pede a condenação dos envolvidos, incluindo o prefeito João Carlos, pelo crime de improbidade administrativa, a devolução dos valores desviados no total de mais de R$ 8 milhões e suspensão dos direitos políticos por até 14 anos, entre outros pedidos.