A Polícia Civil de Goiás prendeu um jovem de 24 anos suspeito de comandar ou praticar ao menos 13 roubos a banco em Goiás e no Maranhão, entre 2015 e abril deste ano. Segundo a corporação, Jorge Santana de Araújo tem como característica a “mão boa” para produzir explosivos, que eram utilizados nos crimes.

A investigação apontou que mesmo preso ele conseguiu orquestrar um arrombamento. O rapaz foi apresentado à imprensa nesta quinta-feira (25), em Goiânia. Jorge Santana de Araújo ficou em silêncio. Ele foi detido na terça-feira, em Uberlândia (MG), na casa da avó.

Jovem mostra explosivo usado durante roubos a agências bancárias, em Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação

No celular dele foram encontrados diversas fotos e vídeos dos artefatos que ele produzia. Segundo o delegado Samuel Moura, tratava-se de um material bastante potente e bem feito.

“Ele é especialista na fabricação de artefatos explosivos de origem caseira. O que chama a atenção, diferentes das ações que a gente vê, é que as ações que ele participa ou dá instruções têm um êxito muito grande. No meio policial, a gente fala que ele tem a ‘mão boa'”, explica.

Segundo o delegado, Jorge foi preso pela primeira vez, em flagrante, por explodir um banco em Itaberaí. Porém, foi solto dias depois e começou a realizar outras ações criminosas.

Jovem mostra produtos usados em roubos a agências bancárias, em Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Somente no primeiro semestre de 2016, conforme a investigação, ele atuou em outras nove explosões, sendo seis em Aparecida de Goiânia, duas em Goiânia e um em Goianira.

Em julho de 2016, foi preso após ser condenado por dos crimes. Porém, mesmo enclausurado, continuou a agir.

“Mesmo estando na POG, ele se comunicava por mensagem de texto com seus liderados do lado de fora e organizou a explosão de uma agência em Caldas Novas, em 2018”, disse Moura. O G1 procurou a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária para comentar a respeito e aguarda retorno.

Em janeiro de 2019, Jorge conseguiu progressão de regime e foi para o semiaberto. Ele colocou tornozeleira eletrônica, mas, no mesmo dia, rompeu o aparelho e deixou de ser monitorado. Desde então, passou a ser, novamente, procurado.

Moura afirmou que, diferente do que se pensava, as explosões em de caixas eletrônicos em Goiás tiveram uma grande queda. A polícia, então, passou a monitorar outros estados.

“Ele já era muito conhecido em Goiás. Então descobrimos dois arrombamentos em que ele atuou no Maranhão, onde realizou dois arrombamentos, nos dias 9 e 12 de abril”, declarou.

O delegado disse que o jovem aprendeu a fazer os explosivos caseiros com Fábio Donner, também especialista nesta área e que morreu em um confronto com a polícia em outubro do ano passado, em Ribeirão Preto (SP).