Os estudantes que compraram vagas, pagaram por transferências ou pela concessão do Financiamento Estudantil do Governo Federal (Fies) para estudar medicina na Universidade Brasil, em Fernandópolis (SP), são filhos de fazendeiros, servidores públicos, políticos e amigos dos donos da instituição, de acordo com as investigações da PF.

A operação denominada Vagatomia foi deflagrada nesta terça-feira (3) na região noroeste paulista. O dono da Universidade Brasil, José Fernando Pinto da Costa, de 63 anos, e outras 18 pessoas foram presas.

Segundo o delegado da PF, Cristiano Pádua, todos possuem alto poder aquisitivo e as famílias dos universitários chegaram a pagar cerca de R$ 120 mil pelas vagas.

Mesmo sem perfil de beneficiário do Fies, os jovens tinham acesso aos recursos do Governo Federal. Investigações da PF apontam que milhares de alunos carentes por todo o Brasil podem ter sido prejudicados em razão das fraudes.

“Essas fraudes, além dos prejuízos, tiravam vagas dos alunos mais carentes que se enquadravam nos requisitos e tinham direito, e perdiam porque esses alunos compravam por meio de supostas assessorias”, diz o delegado.